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Jobim vincula compra de caças a venda simultânea de cargueiros

In Aviões de Combate, Aviões de Transporte, Defesa, Negócios e serviços on 24/05/2010 by E.M.Pinto Marcado: , , ,

https://i0.wp.com/www.centrohistoricoembraer.com.br/en/_img/centro-historico/vistas/kc390.jpgAssis Moreira

O Ministério da Defesa fará, nos próximos dias, uma exposição de motivos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva onde indicará tanto um claro favorito no processo de aquisição de caças para renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB) como requisitos mínimos para que o contrato bilionário seja concluído.

Um desses requisitos vincula a assinatura do contrato da compra inicial de 36 jatos à encomenda simultânea de 12 cargueiros KC-390, da Embraer, pelo vencedor da concorrência. “Queremos a assinatura ao mesmo tempo”, afirmou o ministro Nelson Jobim ao Valor.

O ministro disse que já escreveu 76 páginas da exposição de motivos sobre a aquisição, que tem um custo estimado em cerca de US$ 6 bilhões. O texto será divulgado logo depois de entregue ao presidente Lula e depois debatido no Conselho de Defesa Nacional. E mais tarde voltará para a FAB e ao Ministério da Fazenda, para a fase da negociação do contrato.

Estão na disputa o caça francês Rafale, da Dassault, o sueco Gripen NG, da Saab, e o F-18, fabricado pela americana Boeing. A preferência pelo jato francês parece clara em Brasilia. Jobim diz apenas que o importante para o Brasil, “se for o jato francês”, é que o cargueiro da Embraer poderá entrar no mercado europeu e competir na substituição da frota de C-130 Hércules, da americana Lockheed. Segundo Jobim, existe no mundo uma frota de 300 a 400 cargueiros Hércules, que vão precisar ser substituídos. Aí entra a possibilidade para o KC-190, da Embraer, que poderá estar voando a partir de 2014. O governo brasileiro está atento também a uma provável encomenda do Rafale pelos Emirados Árabes Unidos. Se a aquisição for confirmada, o Brasil poderá barganhar por um pacote conjunto que barateia o preço de cada jato.

Jobim negou que a França tenha feito uma oferta final para garantir a venda dos Rafale durante o encontro do presidente Nicolas Sarkozy com o presidente Lula em Madri, na semana passada, contrariando informações publicadas pela imprensa francesa. O ministro acha que dá para concluir a negociação do contrato de aquisição antes da transferência de poder, em janeiro, sinalização que pode acalmar a inquietação entre os franceses, que já perderam encomendas em certos países quando o novo governante assumiu. Um porta-voz indicou que Sarkozy saiu do encontro com Lula com o sentimento de que, em breve será confirmada a preferência pelo Rafale.

O presidente francês revelou ao presidente Lula, na mesma conversa, que vai propor, durante o encontro de cúpula do G-20 no mês que vem, em Toronto, que a reforma do Conselho de Segurança da ONU seja acelerada e mesmo decidida até o fim do ano. E que o Brasil tenha assento permanente, como potência emergente e líder regional.

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Avião de transporte militar da Embraer estará no mercado até o fim deste ano

Virgínia Silveira

Avaliado em cerca de US$ 1,3 bilhão, o programa de desenvolvimento e industrialização do novo avião de transporte militar da Embraer, o KC-390, encontra-se em fase de definição de configuração e dos parceiros estratégicos. A expectativa da empresa é a de que até o fim deste ano já esteja pronta para iniciar a comercialização do cargueiro, que nos próximos dez anos disputará um mercado de 700 aeronaves, um negócio estimado em US$ 13 bilhões.

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A Força Aérea Brasileira (FAB), que contratou à Embraer o desenvolvimento da aeronave, será a cliente lançadora do cargueiro no mercado. O primeiro voo do protótipo do KC-390, segundo a FAB, está previsto para acontecer em 2014. O cronograma de desembolsos para o projeto prevê o repasse de R$ 100 milhões em 2010 e de R$ 200 milhões em 2011. O preço da aeronave ainda não está definido, mas de acordo com estimativas feitas por fontes ligadas ao projeto, o valor deve ficar em torno de US$ 60 milhões a US$ 70 milhões.

O KC-390 será o maior avião já produzido pela Embraer e substituirá o Hércules C-130, em operação na FAB desde a década de 60. Embora ainda não tenha formalizado nenhum contrato de aquisição, a previsão é que a FAB faça uma encomenda inicial de 20 aeronaves para a Embraer.

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Com 20 toneladas de peso, o KC-390 é um avião de transporte, que apoiará as Forças Armadas brasileiras e de outros países interessados no produto, em missões de transporte de tropa, de carga, veículos militares, busca e resgate, lançamento de paraquedistas e carga e reabastecimento em voo.

O projeto será desenvolvido pelo sistema de parcerias estratégicas, que prevê o compartilhamento de custos e riscos, a criação de laços de longo prazo entre as indústrias, as forças armadas e os governos dos países envolvidos, além do estabelecimento de cotas de participação nas vendas dos aviões. A lista de parceiros do projeto já inclui Chile, Colômbia, África do Sul e Portugal.

Na Embraer o projeto do novo cargueiro é visto como o carro-chefe da estratégia de crescimento dos negócios da empresa na área de defesa. A companhia espera capturar 10% da frota de cerca de 2 mil aviões cargueiros em fase final de vida útil no mercado, sendo que a maior parte deles é de aeronaves C-130.

Fonte: Valor via Notimp

18 Respostas to “Jobim vincula compra de caças a venda simultânea de cargueiros”

  1. É estranhíssima essa demora em definir o vencedor do FX-2. Se não houver uma razão plausível para essa demora, fica claro que o governo e o ministro da defesa estão brincando com a segurança do nosso país no tocante, a defesa do espaço aéreo brasileiro transformando o FX-2 numa verdadeira palhaçada.

  2. Ta mais que escancarado que o vencedor do programa de aquisição da FAB será o Dassault Rafale, para a felicidade de uns e tristeza de outros, talvez a maioria pois muitos apostam no Gripen. Mas não podemos negar que a muito tempo o próprio governo já mostrou sua posição favorável ao caça francês.

  3. Caramba o Jobim ainda não entregou o relatorio! faz um ano que ele fala que vai entregar esse relatorio para o presidente KKKKKKKKKKK

  4. Claudio,
    Quando um país faz uma compra como esta que o Brasil esta finalizando com o FX-2, não se pode ter pressa, pois isto além do mais, remete em outras áreas não só na defesa de um país, envolvem parcerias, acordos comercias, acordos militares, cooperações em vários níveis, etc.
    Por isto, antes de bater o martelo tem que se pensar muito, analisar as propostas(o que demora um certo tempo), e finalmente anunciar um vencedor baseando-se em 2 bases, a capacidade técnica do vetor, e a geopolítica ou o lado político desta compra.
    No mais, voltando ao assunto do texto, me parecia bastante óbvia esta vinculação de contratos, para a venda dos KC 390.

    Grande Abraço.

  5. Tá mais que na cara que essa obrigatoriedade da compra dos KC-390 é a mais nova desculpa esfarrapada que o Jobim inventou pra justificar a compra do Rafale. Todas as propostas do FX-2 compreendem contrapartidas comerciais no mesmo valor, então não seria necessário condicionar a venda dos KC-390. Quando surgiu o boato da compra dos Super Tucanos pelos EUA, o Jobim falou que isso não tinha nada a ver com o FX-2, mas agora ele inventa essa vinculação ao KC-390.
    Dois pesos e duas medidas pra justificar a compra do encalhado Rafale pelo maior preço (e maior comissão).

  6. Claro, além disto, quem compra tem que ter paciência o interesse de passar o produto é do vendedor, então que ele se esforce para vender. Boa estratégia essa a do Presidente pois cria força para negociar a entrada do Brasil na ONU. Nota 10.

  7. A quem critica o Gripen NG por ainda não existir mas que tem 1 prototipo que voa a tempos,o que dizer do KC-390 que ainda é 1 sonho de Ícaro???Sabem o que acho que vai dar no final?Super Hornet com compra de 100 Super Tucanos com perspectiva para mais 100 e 12 KC-390.Mais tratado militat amplo de defesa mutua…Sempre diverge-mos deles em tudo e agora mais ainda mas na hora que o pau vai cantar somos seus aliados pois temos idealismos semelhantes e no fundo dependemos 1 do outro.Hoje estamos em previlegiada posição e ja demonstramos a eles que não somos mais coadjuvantes e nem serviçais e eles estão aceitando isso.

  8. E se Suécia, França e EUA não precisarem do KC-390? Eles pagariam esse mico apenas para vender 36 aviões? Estamos falando de pelo menos US$ 720 milhões de contrapartidas só com o cargueiro da Embraer…

    Não foi um oficial francês que disse que eles não precisavam de um carrinho de mão?

    PS – Só 20 KC-390? E o EB e a MB, pretender adquiri-lo também? Em quais quantias?
    Acredito que o potencial, para as três forças, é de pelo menos 100 aeronaves, para transporte de tropas, cargas e REVO… Minha opinião.

    PS2 – Os Correios não demonstraram interesse também? Por quantas unidades?

  9. Olha nao vejo a hora de ver este avião voando com as cores da FAB, embora vou ser
    sincero, 30 unidades é muito pouco, o EB tambem poderia adquirir alguns, para a
    brigada paraquedista.
    Em relação aos correios, olha sinceridade, sonhem,sonhem..
    Quem sabe a Venezuela nao compre alguns, se nao utilizarem nada que venha dos
    USA, com certeza é uma venda garantida.

  10. Parece que tem colegas que não lêem jornais.
    A FAB, responsável do atraso do FX-2, por brincar com a segurança nacional, entregou o relatório o 18-março-2010.
    O KC-390, não é “uma nova desculpa que o Jobim inventou”, já tinham falado disso o Lula e o Sarkozy no 7 de setembro.
    O KC-390 não é comparável ao Gripen-NG, porque o governo brasileiro ja avisou que vai 20 unidades do cargueiro, e o Gripen-NG nenhum pedido do governo sueco.
    O cargueiro tem vários países parceiros, que a sua vez, vão encomendar também mais unidades. Além disso quem ganhar o FX-2 vai ter que comprar também o cargueiro. É óbvio que o KC-390 vai decolar antes que o Gripen-NG.

    Falando no caça, o Brasil ja não pode pensar em parcerias tendo como principal parceiro um país de 9 milhões de habitantes que nem compra o avião.
    O Brasil já está num outro patamar e se projeta ainda mais pra cima.
    O Brasil já está tecendo uma rede mundial de parceiros que lhe acompanharam no ascenso ao topo do cenário global.

  11. O Brasil já está tecendo uma rede mundial de parceiros que lhe acompanharão no ascenso ao topo do cenário global.

  12. FERNANDO

    No século 21,ainda não vi a aviação de um exéricto usar aeronaves de asa fixa.

    Abraços.

  13. Me parece muito estranho essa imposição agora às vésperas de finalizar o vencedor do FX2. Agora sinceramente, não acho que o Jobim esteja apontando para o RAFALE nesse momento não amigo Gunsalmo, isto me parece mais uma desculpa muito esfarrapada como disse você, mas para melar ou atrasar o processo de aquisição. Bem motivos existem alguns nesse momento: Ingresso no Conselho de Segurança, a própria posição de ficar em cima do muro da França nesse momento em relação ao pedido do Brasil de participar das discussões em relação as possíveis retaliação ou embargo ao Irã.

  14. Eu acredito que o Ministro Jobim queira mais tempo para essa decisão. O Ministério da Defesa quer reavaliar os contratos e se for isso, será revaliado o caça Gripen, da Suécia. Espero que a decisão não fique para o proximo Presidente da República, porque correría o risco de o prjeto ser colocado em gaveta outra vez.

  15. Estamos em ano eleitoral e os sindicalistas do ABC e varias empresas defendem o gripen ng, me parece que a jaca francesa ta ficando “podre” e ainda vai dar gripen ng na cabeça.

  16. Isso é notícia “semi-velha”, só que quando tiram ela do meio e colocam na manchete para tentar vender (já que anda díficil vender o FX-2) aí fica com essa “carinha de novidade”.

    Pessoal, isso não é invenção do Jobim, voltem no histórico do blog, nas revistar especializadas e na nossa imprensa (meio marrom) e vamos todos ver que isso não só foi citado (de forma subliminar) pelo Jobim e Governo Brasileiro, como foi uma proposta feita tanto por suecos (salvo não me engano o próprio vice ministro da defesa sueco) quanto por franceses (sr. Merialdo representante da Dassault, com o respaldo do Hervé Morin, acho que é esse o nome do responsável pelo comércio de armas francês, eu acho também, a memória pifa de vez em quando).
    Os americanos não deixaram o interesse tão claro assim, porém a Boeing ficou morrendo de vontade de ter “o avião certo” para substituir o C-130 e sem gastar um tostão no desenvolvimento… é… aí eu fico com medo… De quebra a boeing empurra a Lockheed Martin a ficar com o F-35 semi atolado e o F-22, opa! esse fechou a linha!
    Será que a Boeing não gosta da idéia de engolir mais uma, depois da MacDonell-Douglas?!

    Enfim, não só acho óbvia a contrapartida, como o fato é que não teremos condições de termos a transferência de tecnologia que desejamos, desse jeito nós pelo menos pagaremos uma parte do desenvolvimento do KC!

  17. sigo com os comentários bem colocados do caro Milton Bras.
    realmente isso já avia sido discutido anteriormente, não é de agora, quem acha que isso é besteira, não sabe negociar ou não enxerga as ambições do nosso governo.

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